O grupo de professores e funcionários estaduais, que estava no prédio administrativo da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) desde a tarde de quarta-feira (18), desocupou o local por volta das 10h40 desta quinta (19).

Ele passaram a noite no Plenarinho da Casa e, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná ( APP-Sindicato), fazem uma greve de fome em frente ao Palácio Iguaçu.
No final da noite de terça, a Justiça do Paraná acatou um pedido da Alep de reintegração de posse e determinou a desocupação imediata do prédio sob pena de multa diária no valor de R$ 30 mil.
A liminar foi proferida pelo juiz substituto Fábio Machado. Ele afirmou que os manifestantes entraram no local de modo agressivo e que desrespeitaram as regras do local. Pela manhã, os representantes do sindicato disseram que iriam recorrer da decisão.
Após a desocupação, parte dos manifestantes iniciou a greve de fome e permanecerá em frente ao Palácio Iguaçu até uma resposta positiva sobre a reivindicação, afirmou o sindicato.
O governo disse que uma reunião entre os deputados, integrantes do governo e do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná ( APP-Sindicato) foi marcada para as 16h desta quinta.
Os profissionais querem a revogação do edital que prevê a contratação de professores temporários por meio de Processo Seletivo Simplificado (PSS). Durante a ocupação, o grupo pediu que a Alep interceda pela categoria na negociação com o governo do estado.
Os professores e funcionários também são contra o formato de seleção do processo seletivo, que prevê uma prova escrita como critério de seleção. “A contratação de professores e funcionários por meio do PSS ocorre há 15 anos no Paraná e nunca foi realizada com prova e cobrança de inscrição”, reclamou a categoria.
O APP-Sindicato destacou que exige a revogação do edital do PSS que vai contratar quatro mil professores temporários para 2021.
O grupo informou ainda que “o contrato de quase R$ 4 milhões para a realização da prova foi feito sem licitação”, e que, devido à pandemia, “a prova seria um risco para a saúde de quase 100 mil pessoas que segundo o governo poderiam se inscrever”.
O sindicato informou ainda que sempre defendeu a ampliação de contratações via concurso público, considerando que, todos os anos, segundo os servidores, são cerca de 28 mil profissionais temporários contratados.
O que diz o governo
A Secretaria de Estado da Educação (Seed-PR) disse que sempre manteve diálogo aberto com os professores e que a contratação pelo PSS foi discutida diversas vezes com a categoria.
Em nota, o governo disse ainda que “não negocia com sindicato que não respeita as instituições democráticas”.