/Comissão apura fraudes na vacinação contra a Covid-19 com dados de pessoas mortas em União da Vitória, Cruz Machado e mais 37 cidades

Comissão apura fraudes na vacinação contra a Covid-19 com dados de pessoas mortas em União da Vitória, Cruz Machado e mais 37 cidades

A Comissão Especial de Investigação (CEI) da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) que apura o andamento da vacinação contra a Covid-19, no estado, identificou 39 municípios que registraram suspeita de vacinação de pessoas mortas. Segundo a comissão, um relatório aponta um suposto esquema de usos de dados de pessoas que já morreram, como o CPF, para fraudar a fila de vacinação.

Inicialmente, eram 99 casos suspeitos. Nove foram descartados e 90 estão sob investigação. O relatório foi feito pela Controladoria-Geral da União (CGU) com base no cruzamento de diferentes bancos de dados. A comissão informou que pediu esclarecimentos às prefeituras e que apura se houve facilitação por parte de agentes públicos.

Confira a seguir a lista de casos suspeitos por cidade:
Arapongas: 8 casos;
Paranaguá: 6 casos;
Cambé e Cambará: 3 casos cada;
Marechal Cândido Rondon, Santa Izabel do Oeste, Umuarama, Realeza, Foz do Iguaçu, Tamarana, Jandaia do Sul, Ibiporã e Maringá: 2 casos cada;
Jardim Olinda, Itapejara D’Oeste, União da Vitória, Piraí do Sul, Kaloré, Cruz Machado, São Pedro do Ivaí, São Jorge do Ivaí, Guarapuava, Santa Tereza do Oeste, Moreira Sales, Tomazina, Loanda, Ipiranga, Entre Rios, Campina Grande do Sul, Ubiratã, Toledo, Francisco Beltrão, Teixeira Soares, Araucária, Rosário do Ivaí, Bandeirantes, Quatro Barras, Lapa, Palmas: 1 caso cada.

Em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, a CEI apura um caso suspeito onde o imunizado recebeu as duas doses da vacina. A prefeitura disse que não foi notificada da denúncia e que está à disposição para colaborar com a investigação. Em Paranaguá, no litoral, a prefeitura justificou que os seis casos suspeitos são erros de digitação. No caso de Arapongas, que aparece com mais registros, a prefeitura criticou a lista e disse que há uma investigação interna aberta. O município afirmou que o erro aconteceu por causa de um servidor que cadastrou a lista de todos os que teriam direito à vacina no sistema, e não apenas os que receberam o imunizante de fato. A prefeitura disse ainda que descarta a hipótese de fraude e que nenhum dos pacientes listados na suposta irregularidade recebeu a segunda dose.

Investigação
Os deputados também apuram outras mil denúncias de fura-fila em quase todas as cidades paranaenses. O presidente da comissão, deputado estadual Delegado Francischini (PSL), afirmou que o número deve crescer com a vacinação do público com comorbidades.