A história do jovem Franklin Alan Ferreira Franco daria um filme. E dos bons! Aos 18 anos, ele conquistou algo que a maioria dos jovens ambiciona: a aprovação no vestibular. Poderia ser “apenas” isso, mas Franklin foi além. Ele conquistou o primeiro lugar em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-PR), uma das mais prestigiadas e concorridas instituições do Estado. Seu rosto foi parar na rede social dos amigos, da família e estampou as contas do Colégio São José, onde o menino de origem humilde foi bolsista desde o oitavo ano.

Aliás, o fato de estar em outra escola gabaritada é fruto de um desempenho nato, notado lá na Escola Municipal Padre João Piamarta e no Colégio Estadual Padre Giuseppe Bugatti, ambas pertencente aos Instituto Piamarta, em União da Vitória, onde Franklin foi aluno do primeiro ao sétimo ano. “Foi muito bom estudar no Piamarta. As minhas professoras eram maravilhosas, assim como todo o resto da equipe. Sem dúvidas, os primeiros anos de uma criança na escola são uns dos mais importantes, então sou muito grato pelo conhecimento que adquiri lá. Tenho ótimas lembranças, de brincar pelo terreno do instituto, um local em que a natureza está muito presente. É simplesmente lindo!”, conta.

Da escola pública para a rede privada, foi questão de tempo. O menino, com o boletim cheio de notas boas, chamou a atenção das professoras Daniela Schiel e Silvana Horodeski. Vendo a capacidade do garoto, elas acreditaram que ele merecia estar num colégio que explorasse seu potencial. “O marido da professora Daniela era presidente da APP do São José, então era bem presente lá. Ele levou até a diretora do colégio, Marlei Gohl, meu boletim. A partir daí, fui agraciado com uma bolsa de estudos integral no São José, o que, sem dúvidas, mudou completamente a minha vida”.

De fato, mudou. E muito. Mas não mudou a humildade do menino, filho único da zeladora Carmelita de Fátima Ferreira, 47. Criado pela mãe e com apoio dos avós, Franklin foi sempre bastante independente e dedicado aos estudos. “Meu filho é maravilhoso, é um amigo, um companheiro. Sempre foi muito tranquilo, nunca me deu trabalho. Me ajuda nas tarefas de casa, é muito educado. Sempre estudioso, quando era pequeno se esforçava pra aprender a ler e a escrever, porque queria muito. Sempre teve vontade de estudar e de aprender”, conta a mãe, orgulhosa pela carreira irretocável do filho e por jamais ter sido chamada à escola por algo de errado que o menino tenha feito.

A medicina apareceu na vida de Franklin como uma oportunidade de fazer o bem. Cristão, o calouro da PUC acredita que a profissão vai lhe permitir ajudar o próximo de maneira plena. “Com o passar dos anos, passei a pensar mais sobre isso (a escolha da carreira) e vi que me encaixaria muito bem nessa profissão e que era isso o que eu queria fazer. Ficando mais maduro, vendo a realidade da vida, muitas vezes a tristeza e o sofrimento de pessoas por questões de saúde, ficou muito forte em mim a vontade de ajudar. Dessa forma, concluí que sendo médico, seria muito feliz, e teria a oportunidade de servir a população, ajudar diretamente os seres humanos. Sendo cristão, vejo todos como irmãos e tenho como missão servir”, diz.

Assim, não deu outra: ao prestar o vestibular, passou direto, com 10 e estrelinha! Franklin ficou com a primeira colocação de todo o concurso em sua área. “Nunca vou me esquecer. O resultado saiu por volta da meia-noite, eu olhei no celular e vi que tinha sido aprovado e em primeiro lugar. A sensação foi maravilhosa, uma felicidade inexplicável. Mas contive minha felicidade e não acordei minha mãe, porque queria fazer uma surpresa pra ela pela manhã. E assim fiz. Na parede do meu quarto eu tinha várias folhas com equações de física e matemática, pra memorizar, e falei pra minha mãe que só iria tirar de lá quando fosse aprovado. Então tirei, e de manhã chamei minha mãe pra que visse aquilo. Ela entrou no quarto e logo entendeu o que tinha acontecido. Me abraçou e ali começou o choro. Foi um momento de muita emoção”, lembra. “Me senti uma mãe realizada, fiquei muito feliz. Senti uma alegria que antes disso só tinha sentido quando ele nasceu”, completa dona Carmelita.

O estudante fez apenas dois vestibulares valendo: o da Universidade Federal do Paraná (UFPR) no dia 18 (ainda não foram divulgados os resultados) e o da PUC. Com a nota do Enem 2020 e a inscrição no Prouni, Franklin ganhou bolsa integral na instituição católica.

DEDICAÇÃO E SONHO
A trajetória e as conquistas de Franklin mostram que nada cai do céu. Tudo, absolutamente, foi conquistado com esforço e dedicação. O jovem, que concluiu o terceirão em 2020, mantinha uma rotina intensa de estudos. “Eu dormir pelas 21h30 e iniciava meus estudos às 5 da manhã até começar minha aula. Passava o dia assistindo as aulas do colégio e estudava um pouco mais das 19h30 às 21h30”, revela. Além disso, o estudante incluía na programação da semana, o trabalho de professor particular. Ele ministrou aulas para os colegas e amigos, levantando assim, um pouco de recurso.

Agora, Franklin, sonha com voos maiores. “Ser um excelente médico é um grande sonho. Quero ser um dos melhores. Acima desse sonho, só há um: o de ser presidente do Brasil. Um dos meus maiores objetivos é servir, ajudar, e acredito que esse cargo é necessário para que eu consiga cumprir esse meu objetivo ao máximo”, conta o futuro “doutor Franklin”.

Para quem já tem Franklin como inspiração, não esqueça: é preciso pensar grande e correr em busca do que ser quer. “Uma vez que se saiba o que quer, basta fazer o necessário para que aconteça. E nesse caso o necessário é estudar muito, priorizar as matérias com maior peso para o curso e as que se tem mais dificuldade. As pessoas são capazes de conquistarem o que quiserem, então mentalize que você vai conseguir e faça o que é preciso, caso contrário não vai conseguir nunca. Não adianta acreditarem em você se você não acredita em si mesmo. Portanto, sonhe alto, tenha fé em si mesmo e lute pelos seus sonhos, porque ninguém vai fazer isso por você”.