/Cuidado com questões emocionais para crianças e jovens é o destaque do Método FRIENDS, metodologia reconhecida pela OMS

Cuidado com questões emocionais para crianças e jovens é o destaque do Método FRIENDS, metodologia reconhecida pela OMS

Especialmente após a pandemia da Covid-19, a saúde mental, lembrada neste dia 10 de outubro, se tornou prioridade. Se para os adultos, ainda restam desafios para serem vencidos, para crianças e jovens, os obstáculos são ainda maiores. Impactados brutalmente pelo isolamento, este grupo populacional desenvolveu crise de ansiedade, depressão e outros transtornos no comportamento.

No sentido de conduzir – ou reconduzir – a garotada para um caminho mais dinâmico e assertivo, algumas propostas pedagógicas vêm dando muito certo. É o caso do Método FRIENDS, um protocolo de intervenção em saúde mental, desenvolvido na Austrália na década de 90, e que é utilizado com o objetivo de desenvolver e aprimorar habilidades socioemocionais, promover resiliência e prevenir ansiedade e depressão em crianças, jovens e adultos.

Na região das Cidades Irmãs, o modelo é tutelado pela psicóloga, especialista em dependência química e mestre em desenvolvimento comunitário, Denize Aparecida Teixeira, facilitadora do modelo. Ela destaca que o método é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde o início dos anos 2000, sendo já aplicado em mais de 900 mil crianças e jovens ao redor do mundo. Os programas são utilizados em mais de 20 países, além de fazerem parte de intervenções bem sucedidas em políticas públicas da Inglaterra, Irlanda, Canadá, Escócia e Austrália.

“Se fossemos perguntar para as crianças, elas diriam que o método friends são “aulas muito divertidas para aprender sobre a reconhecer e lidar com as emoções e como ser mais feliz”, assinala.

Mas afinal, para que serve o Método FRIENDS?
A ideia é combater os efeitos dos problemas de saúde mental através do desenvolvimento de habilidades emocionais, sociais e de vida saudável, além de promover melhor saúde mental e bem-estar nos participantes. Para isso, ele utiliza dois grandes eixos de desenvolvimento de habilidades para a vida: habilidades para uma vida saudável e habilidades socioemocionais/resiliência.

O FRIEDNS pode ser aplicado em crianças a partir de 4 anos de idade, inclusive em adultos e pessoas com Transtorno do Espectro Autista, por meio de alguns programas adaptados para diferentes faixas etárias : Fun Friends (Amigos Divertidos, 4 a 7 anos); Friends For Life (Amigos para a Vida, 8 a 11 anos); My Friends Youth (Meu Amigos Jovens, de 12 a 17 anos) e Adults Resilience – Strong not Tough (Resiliência em Adultos, a partir de 18 anos).

As únicas restrições são para participantes que tenham deficiências sensoriais [de linguagem ou cognitivas]; e para quem apresente comportamento heteroagressivo, ou seja, que possa colocar em risco outros participantes.

“O Método FRIENDS está organizado em 14 encontros de 90 a 120 minutos: 10 encontros de atividades em grupo para os participantes (crianças, adolescentes ou adultos); dois encontros para a comunidade (pais, família estendida, professores, cuidadores e outros profissionais envolvidos na rotina do participante); e dois encontros posteriores de reforço das habilidades aprendidas, realizados 1 e 2 meses após o décimo encontro”, explica Denise.

    • Dá resultado?

Todo pai e toda mãe buscam pela resolutividade dos problemas de seus filhos e como eles, seguem ansiosos, a procura de uma reposta rápida. Às vezes, ela é exatamente assim: suave e depressa. Outras, gradual. De toda forma, o método propõe resolutividade. No entanto, é preciso ter os pés no chão e saber que todo o envolvimento é preciso.

“Nenhum tratamento em saúde mental pode garantir uma previsão de resultados, nenhum conselho permite isto. Mas, falando-se de um método do qual vêm sendo pesquisados cientificamente desde a década de 90, podemos dizer que os estudos demonstram que até 80 % dos indivíduos que participam das sessões tem melhora significativa dos sintomas ansiosos e sintomas depressivos pré-clínicos”, pontua a professora. “As habilidades socioemocionais e resiliência são desenvolvidas de forma gradativa ao longo dos encontros, o que fará com que a intervenção tenha mais efetividade será o que se faz entre os encontros, como a participação dos pais, a aplicação do que se aprende nos encontros, uma modificação do ambiente para que estas habilidades sejam utilizadas no dia a dia”.

    SERVIÇO

Para saber mais:
Instagram: @denizeteixeirapsico
Facebook: denizeteixeirametodofriends
Contato: (42) 9 98028897