/Brasil volta para o mapa da fome e salta de 4,2% em 2013 para 15,5% em 2022

Brasil volta para o mapa da fome e salta de 4,2% em 2013 para 15,5% em 2022

Os dados são da Rede Brasileira de Pesquisas em Soberania Alimentar (PENSAAN) e apontam um total de 33,1 milhões de brasileiros e cerca de 15,5% das residências brasileiras sem ter o que comer. No final de 2020, antes da pandemia de Covid, eram 19,1 milhões de pessoas nessas condições. Período esse do governo de Jair Bolsonaro.

O Brasil voltou para o chamado mapa da fome, da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2018, após ter saído desse enquadramento de pessoas sem terem o que comer em 2014. Foram dez anos para o país sair dos 9,5% de gente sem alimentação adequada existentes em 2004. Desse período até 2013, durante o governo petista, o total caiu para 4,2% dos lares brasileiros.

“Já não fazem mais parte da realidade brasileira aquelas políticas públicas de combate à pobreza e à miséria que, entre 2004 e 2013, reduziram a fome a apenas 4,2% dos lares brasileiros”, declarou Renato Maluf, coordenador da Rede PENSSAN. Esse é o apontamento de um estudo realizado com o apoio da Ação da Cidadania, da ActionAid, da Fundação Friedrich Ebert Brasil, do Ibirapitanga, da Oxfam Brasil e do Sesc São Paulo.

As estatísticas foram coletadas entre novembro de 2021 e abril de 2022, em 12.745 domicílios, em áreas urbanas e rurais de 577 municípios dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal. A publicação foi feita em junho de 2022 e serve de parâmetro para o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Justamente pelo discurso de acabar com a fome e, nos governos anteriores do PT, esse índice era de 4,2% diante dos atuais 15,5%.

Conforme o 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da covid-19 no Brasil, o país acumulou 14 milhões de pessoas a mais em situação de fome do que um ano antes. Os principais motivos para o avanço da fome seriam a falta de políticas públicas e ao cenário da pandemia.