A Associação de Famílias e Amigos dos Autistas – AMA de Porto União encaminhou para a redação do Canal 4, uma nota de repúdio sobre o caso ocorrido em junho, envolvendo uma criança autista de 04 anos que foi agredida por uma professora em uma instituição de ensino infantil de Porto União.
A nota manifesta solidariedade à família envolvida, e reforça indignação com a ocorrência. A AMA ressalta ainda que todas as semanas, tem registros de famílias que necessitam de atendimentos.
Leia a nota na íntegra:
Nota de Repúdio Pela agressão à criança autista em Porto União
Diante do fato, recentemente, ocorrido com uma criança autista em Núcleo de Educação Infantil no Município de Porto União, a Associação de Famílias e Amigos dos Autistas – AMA de Porto União, vem à público manifestar solidariedade à família envolvida, prestando todo o apoio e acolhimento possível e reforça indignação com a ocorrência.
A AMA repudia veementemente todo e qualquer ato de violência, desrespeito, preconceito ou discriminação com as crianças, sejam elas atípicas ou não. Estamos acompanhando a apuração do fato em todas as esferas competentes e exigimos celeridade e rigor, para que os responsáveis sejam exemplarmente punidos.
Reitera-se o esforço e dedicação diários, para que a inclusão dos autistas, o acesso às terapias, aos atendimentos especializados, humanizados e para que o respeito às diferenças sejam práticas comuns em nossa cidade.
Enquanto familias de autistas de Porto União, destacamos que estamos exaustos devido às inúmeras solicitações de suporte às demandas e, principalmente o cumprimento dos direitos (que já estão assegurados em lei) dos nossos filhos, especialmente nos setores da educação e saúde, sem resoluções. Somos conhecedores da complexidade do autismo, em que cada caso é único e necessita de atendimento específico e especializado e de tanta insistência aos próprios direitos, algumas pequenas e modestas ações iniciaram.
Praticamente todas as semanas, temos registros de famílias que necessitam, mas tem dificuldades de acesso aos serviços e atendimentos, situações que acarretam e agravam outras situações. Já tivemos avanços por intermédio da nossa Associação e de várias famílias que precisaram apresentar ações judiciais devido à ausência do poder público.
Em Porto União, a efetivação dos direitos dos autistas, para assegurar o pleno desenvolvimento e a dignidade humana, é medida urgente. Requeremos de maneira imediata à administração municipal para que no ambiente escolar ocorra a realização de uma ampla campanha sobre o respeito e a importância da ética, profissionalismo e empatia. A implantação de programas de atendimentos psicológicos permanentes para alunos, familias e profissionais. A contratação de profissionais especializados, realizações de capacitações com investimentos adequados para inclusão, a instalação de câmeras de segurança com efetivo monitoramento de situações suspeitas, visando evitar fatos como os vivenciados.
Importante mencionar também, que estamos lutando desde o ano de 2022, com o projeto para construção do Centro Especializado de Atendimento aos Autistas, em parceria com a Apae de Porto União, peregrinando pelos órgãos estaduais e municipais em busca de recursos financeiros para a obra, mas não encontramos o apoio necessário.
A luta é constante, por isso convidamos toda população para uma grande união nesta causa tão significativa, repudiando qualquer tipo de violência, preconceito, discriminação e caminhar juntos para construir novos caminhos para tantas famílias.
Temos a obrigação de escrever uma história de dignidade para os nossos filhos autistas e o suporte público, além de um dever, é direito das famílias de autistas, bem como da AMA.
Diretoria AMA
Associação de Familias e Amigos dos Autistas de Porto União
Conforme publicado pelo portal JMais, o caso ocorreu no dia 4 de junho e foi registrado pelas câmeras de segurança da escola. Nas imagens, é possível ver o momento em que a criança sai por uma porta, seguida pela professora, que a puxa de volta para dentro da sala de aula. Em seguida, a criança se deita no chão e a professora a arrasta com o pé para dentro da sala. O menino se levanta e acerta a professora com os braços, que revida.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação de Porto União, assim que tomou conhecimento dos fatos, decidiu pelo afastamento da professora por 60 dias, sem prejuízo de remuneração. O afastamento ocorreu no último dia 7 de junho e pode ser prorrogado ao fim do procedimento.