Em um julgamento histórico no fórum de Porto União, os réus Niumar Schmitz e Jean Carlos Souza foram condenados por envolvimento no assassinato do trabalhador Everson Moreira, também conhecido como Sagui, ocorrido em março de 2024 em Porto União. O réu Remi de Lima foi absolvido de todas as acusações.
O julgamento teve início por volta das 09 horas de quinta-feira (10). Durante todo o dia foram ouvidas testemunhas, bem como profissionais de segurança pública e peritos, além dos três réus que apresentaram suas versões sobre os fatos. Por volta das 20 horas, o julgamento foi suspenso e retomado nesta manhã de sexta-feira (11) se estendendo até por volta das 17 horas, quando a juíza Letícia Bodanese Rodegheri Marafon anunciou a decisão. Foram 21 horas de julgamento.
Niumar Schmitz de 42 anos de idade, foi condenado a 10 anos e 6 meses de prisão. Conforme denúncia, Niumar foi o mandante do crime. Ele teria ficado revoltado com a absolvição de seu irmão, Claudinei Schmitz que foi acusado de um suposto estupro contra a sobrinha e procurou por justiça com as próprias mãos. Ele comprou a arma com Jean Carlos Souza para matar o próprio irmão e sem coragem para cometer o crime, retornou até Jean pedindo que este executasse. Niumar já se encontra preso e cumprirá sua pena em regime fechado.
Jean Carlos de Souza de 27 anos de idade, foi condenado a 24 anos e 8 meses de prisão. Segundo a denúncia, durante a investigação a Polícia apurou que Jean teria fortes ligações com uma facção criminosa e seria um dos principais líderes na região. Conforme a Polícia, ele era responsável pelas principais decisões de crimes na cidade com forte atuação no bairro Limeira. Neste caso, ele foi procurado por Niumar, vendeu a arma do crime e depois articulou a execução. Jean está preso e cumprirá sua pena em regime fechado.
Remi de Lima de 32 anos de idade, foi absolvido de todas as acusações e considerado inocente. Na denúncia, ele era apontado como braço direito de Jean Carlos de Souza, líder da organização criminosa na região. Remi foi acusado de receber a ordem para encontrar alguém para cometer o crime e articular toda a ação que foi executada por Levi e Gabriel de Brito Miranda.

Durante seu depoimento prestado de um local incerto, Remi apresentou sua versão dos fatos, a qual foi comprovado pelo seu advogado Dr. Mateus Daldin que apresentou indícios de que Remi não teve participação neste crime. Tais argumentos foram considerados suficientes para os jurados votarem pela sua absolvição.
Já Niumar Schmitz em seu depoimento admitiu ter envolvimento no crime em que pretendia matar o seu irmão. Se disse arrependido por destruir sua vida e não escondeu sua mágoa com o irmão, o qual ele considera ter sido absolvido injustamente do suposto estupro da sobrinha. Jean Carlos de Souza, negou fazer parte de facção criminosa e afirmou ter saído da vida do crime e que apenas teria vendido a arma para se livrar dela.
Durante o julgamento, foram apresentadas diversas informações sobre a investigação como conversas escritas e em áudios dos envolvidos. Os grandes destaques foram às diversas informações com conteúdo que ligavam um dos envolvidos com a organização criminosa e a forma de atuação. A investigação policial durou mais de um mês e foi considerada muito complexa.
Além dos dois condenados nesta tarde de sexta-feira (11), outros dois homens já haviam sido condenados anteriormente. Em julgamento realizado em novembro de 2024, Levi de Oliveira e Gabriel de Brito Miranda já havia passado por julgamento, onde um deles foi condenado há 20 anos e 10 meses e o outro há 18 anos e 10 meses.
O caso teve grande repercussão no Vale do Iguaçu. Everson Moreira, o Sagui era um homem bastante conhecido. A vítima inocente era um trabalhador e pai de família que estava no ponto de ônibus às 06h30 da manhã à espera do transporte para mais um dia de trabalho. Ele foi surpreendido pelos bandidos e morreu em via pública por engano.
Com a decisão, quatro dos cinco homens acusados de ter envolvimento na morte de Everson Moreira acabaram sendo condenados. Juntos somam quase 75 anos de prisão. Somente Remi de Lima foi absolvido.