A reportagem do Canal 4 TV esteve entrevistando o delegado de Polícia Civil de União da Vitória, Douglas Carlos Possebon e Freitas e apurou atualizações sobre o caso das meninas envolvidas nos crimes cibernéticos que foram alvos da operação denominada “Adolescência Segura” liderada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro (RJ), com o apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e que teve atuação fundamental da Polícia do Paraná.
Diferente do que foi noticiado antes, a menina que concedeu entrevista para o Profissão Repórter da Rede Globo, não é da cidade de Cruz Machado e sim da cidade de General Carneiro. A garota de 14 anos de idade, identificada pelas iniciais “M.F.D.” reside no município de General Carneiro e ocupava uma função de destaque na organização criminosa. Ela foi apreendida e internada no Centros de Socioeducação (CENSE) em Curitiba.
VEJA O VÍDEO:
A Polícia chegou até a menina depois de apreender a adolescente de Cruz Machado. Após o cumprimento do mandado, a Polícia apurou que a adolescente de Cruz Machado teria uma familiar em General Carneiro que também tinha envolvimento. Depois de investigar a garota foi constatado que ela tinha uma posição no grupo de maior relevância.
Ainda conforme apurado pela reportagem do Canal 4 TV, a menina de 14 anos de General Carneiro, seria natural do Estado de São Paulo e ao vir morar na cidade paranaense já chegou com conhecimento sobre o grupo. Ela teria apresentado o grupo para a outra familiar que também passou a fazer parte. Embora não tenha apontamentos de outros adolescentes envolvidos, a Polícia segue alerta investigando.
Na entrevista que concedeu ao Profissão Repórter, a menina de General Carneiro contou que exercia uma função de gerência no grupo que atuava no Discord — plataforma de comunicação online — e que teria envolvimento no ataque a um morador de rua no Rio de Janeiro. O adolescente que atacou o morador de rua, por sinal, seria o namorado virtual da menina. “Eu era namorada do que tacou fogo no mendigo” afirmou a menina.
VEJA O VÍDEO DA ENTREVISTA AO PROGRAMA PROFISSÃO REPPÓRTER DA REDE GLOBO:
“Tudo começou no início de 2023, quando eu comecei a jogar online e conheci pessoas que foram me oferecendo trabalhos em servidores. Acabei entrando em associações criminosas”, contou a menina que ainda disse. “Tinha os eventos pagos. As pessoas pagavam para assistir. Quando o evento era pago, a gente ficava com uma parte do lucro ou com cartões que a gente roubava”, relatou ela.
“Normalmente eram garotas se automutilando. Eu gravava e mandava tudo para o Andrei [suposto chefe]. Gravava elas se mutilando peladas” complementou a menina de General Carneiro que também disse que “puxava os dados das garotas que não queriam obedecer. Então, a gente dava um jeito de ameaçar. Pegava os dados da mãe, mandava para elas e dizia que tinham 10 minutos para decidir o que queriam, senão a gente acabava com a vida delas. Pegava nome da escola, grupo da escola, tudo.”
Ao ser questionada sobre a relação com os pais, ela alegou que a falta de controle foi um dos principais motivos para seu envolvimento. “”Meus pais nunca tentaram impedir o que eu via. Se tivessem feito isso, teria me impedido de entrar no Discord. E eu seria muito grata hoje em dia.”
