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Pesca Indoor: programa busca “fisgar” opções de lazer e desenvolvimento do turismo em Porto União

Quem é pescador com certeza já embalou seu sono com o pensamento naquele açude há tempo fechado, praticamente esquecido, repleto de exemplares de peixes gigantes – de preferência traíras. Sim, eles existem: os sonhos de uma fisgada descomunal de um exemplar acima do peso normal bem como os açudes particulares em que para se chegar só com ordem do dono.

Buscando “fisgar” o desenvolvimento econômico por meio da atividade turística de lazer e da contemplação da natureza, a Secretaria de Cultura e Turismo de Porto União lançou o programa “Pesca Indoor” que objetiva integrar pescadores conscientes da prática do pesque e solte aos donos de açudes.

Estima-se que Porto União possua em seus 1.000 hectares alagados perto de 400 açudes entre os de produção, depósito e subsistência. A maioria está em locais pouco visitados, óbvio, mas todos possuem potencial atrativo, principalmente quando observado o outro lado desta proposta: estima-se que a região das Gêmeas do Iguaçu conte com mais de 1.200 adeptos do pesque e solte, dando levantado junto a organizadores de torneios.

Para o Secretário de Cultura e Turismo de Porto União, Marcelo Storck, é uma oportunidade para incrementar o case turístico a partir da conexão regulamentada, organizada e saudável entre donos de açudes e pescadores. “É natural que o proprietário confie seus açudes apenas a quem conheça. Assim, com o cadastramento de bons pescadores é possível gerar confiança mútua que viabilize o projeto”, defende.

Convém destacar que o programa não interfere nas atividades de empreendimentos como pesque-e-pagues, haja vista os perfis diferentes dos interessados. “Nestes importantes empreendimentos [os pesque-e-pagues] de recepção familiar, a pesca ocorre numa estrutura diferenciada, pois ali há as lanchonetes, almoços, locais de abate e limpeza dos peixes e, em alguns casos, até parquinhos infantis. Além de que o objetivo natural é a captura para consumo. No Pesca Indoor, o proprietário do açude não precisa se incomodar em possuir tal infraestrutura, pois a prática do pesque e solte não exige isso. Ademais, este perfil de pescador busca um ambiente menos movimentado, em que a captura e soltura dos exemplares envolve aspectos adicionais como a contemplação da natureza”, observa Storck. O Prefeito Dr Juliano Hassan acompanhou o processo de construção da proposta. “São inúmeras possibilidades de desenvolvimento turístico que temos em Porto União e a pesca, seja qual for a modalidade utilizada, é uma delas”, destacou Hassan.

O fato de o lançamento do programa coincidir com o início da época mais fria do ano na região propriamente não é um inibidor. “Além de haver espécies que se mantêm ativas, mesmo que em baixa incidência, a ideia proposital foi lançar a semente em tempo dela crescer até o retorno do clima mais quente, quando esperamos então que um bom número de açudes e pescadores em atividade, bem como isso nos dá tempo para ajustes caso sejam necessários”, destaca o Secretário.

Funcionamento

Para conectar as partes interessadas, já estão sendo cadastradas as propriedades que disponham interesse em receber a modalidade. Para tal, basta o proprietário de açude acessar o Aplicativo Porto União Digital onde há o campo de cadastramento. Ali ele pode configurar quantos dias pretende abrir para a prática, quantas pessoas, informando a localização e demais dados de interesse.

Os pescadores interessados também já podem efetuar o obrigatório cadastramento. Uma vez feito, podem acessar a lista de açudes disponíveis e definir a data para realizar sua pescaria por meio do pagamento da taxa de acesso (R$ 50 por pescador), com pix direto ao proprietário ou conforme sua orientação.
O APP também disponibiliza o regulamento do programa.