/MEIO AMBIENTE: Engenheiro Sanitarista e Ambiental aponta urgência de ampliar a reciclagem de resíduos sólidos urbanos. “União da Vitória estima se que somente 4% é reciclados”

MEIO AMBIENTE: Engenheiro Sanitarista e Ambiental aponta urgência de ampliar a reciclagem de resíduos sólidos urbanos. “União da Vitória estima se que somente 4% é reciclados”

O transcurso do Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado hoje, dia 05 de junho, é marcado por um alerta relevante para a preservação da natureza e dos recursos naturais e a agenda do clima: apenas 6,9% dos materiais utilizados globalmente são reciclados, conforme acaba de revelar o estudo Circularity Gap Report 2024. O índice representa uma queda em relação ao patamar de 9,1% registrado em 2018, evidenciando o agravamento da crise de sustentabilidade que afeta o planeta.

Segundo informações do SNIS (Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico) o Estado do Paraná recicla em média 7% dos Resíduos Sólidos Urbanos (lixo). O Brasil em média somente 4%. Diante desse retrocesso, o Engenheiro Sanitarista e Ambiental, Professor Jean Carlo Menezes, que também é doutor em engenharia e atua como consultor de projetos e licenciamento ambiental, reforça a urgência de ampliar e qualificar as práticas de reaproveitamento desses recursos.

Então, tudo começa com a separação em casa, o que facilita a seleção de materiais em uma usina de reciclagem, misturar os resíduos em muitos casos inviabiliza sua reciclagem”, explica o professor, que emenda, “depois da triagem na usina de reciclagem podemos separar o material em três: os recicláveis que foram separados, os orgânicos e os não recicláveis, especialmente embalagens compostas com misturas de tipos de plásticos”, menciona o professor Jean Carlo Menezes.

Engenheiro Sanitarista e Ambiental, Professor Jean Carlo Menezes

A fração orgânica e a dos não recicláveis têm potenciais usos, a orgânica pode ser transformada em composto fertilizante e gerar biogás. E a fração não reciclável tem grande potencial para produção de combustível sólido. Solução adotada nos países de primeiro mundo como substituto da madeira em caldeiras e processos de geração de calor.

Essas duas frações são convencionalmente enviadas para aterramento. “Solução dentro da legislação, apesar de em torno de somente 40% dos municípios brasileiros destinam seus resíduos para lixões”, conta o professor, que acrescenta, “no Paraná, ainda temos segundo dados oficiais, 10% dos municípios operando lixões“.

O levantamento, realizado pela Deloitte e a organização internacional Circle Economy, mostra que o mundo consome atualmente cerca de 115 bilhões de toneladas de materiais por ano, dos quais apenas uma fração ínfima retorna ao ciclo produtivo. Ainda segundo o relatório, mais de 70% dos gases de efeito estufa estão associados à extração e ao processamento de matérias-primas, o que torna a transição para uma economia circular não apenas desejável, mas indispensável.

No Brasil, o cenário também demanda atenção. O país gera aproximadamente 80 milhões de toneladas de resíduos sólidos por ano, mas recicla efetivamente apenas 4% desse montante, conforme levantamento da Abrema (Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente) a partir de dados do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento) de 2023. Isso significa que mais de 90% dos resíduos recicláveis ainda seguem para aterros ou lixões, perdendo valor e contribuindo para impactos ambientais que poderiam ser evitados.

A cidade de União da Vitória não disponibilizou estes dados no SNIS, mas estima-se que fica na mesma média nacional, de 4%.

Estima-se que a produção de lodo sanitário no Brasil varia entre 150 mil e 220 mil toneladas por ano. Contudo, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2017) indicam que o reaproveitamento desse resíduo ainda é bastante limitado: menos de 5%. Apesar da existência de tecnologias e iniciativas voltadas para o reaproveitamento do lodo, a falta de investimento, de infraestrutura favorável e de conscientização seguem como obstáculos para o avanço dessa taxa. (Com informações de Suzane Melo – Viveiros Oficina de Comunicação)

“Nesta semana do Meio Ambiente, devemos focar na conscientização das pessoas e nisso, o Instituto Federal do Paraná – IFPR, através do seus cursos, como o curso de técnico de Meio Ambiente, tem um papel primordial para o desenvolvimento de União da Vitória e toda região da Amsulpar”, conclui o professor.