Rodrigo de Paula Ruby foi morto com um golpe de canivete, depois que atacou com rojões as crianças que estavam na casa da sogra de um dos réus, gerando um clima de terror e desespero entre os presentes, originando mais um desentendimento entre as partes.
Vão a julgamento nesta sexta-feira, dia 13 de junho, no Fórum de Porto União, os irmãos Maguidiel Alves Alonso de Souza, de 23 anos e Vinicius Alves Alonso de Souza, de 21 anos, pela morte de Rodrigo de Paula Ruby, também conhecido como “Nuvem”, ocorrido em maio de 2024.

Rodrigo de Paula Ruby foi morto em frente a um bar e lanchonete no bairro Santa Rosa, em Porto União, depois que lançou rojões na direção de crianças que estavam na casa da sogra de Maguidiel, gerando um clima de terror e desespero entre os presentes, originando mais um desentendimento entre as partes.
No bar, a conversa entre as partes evoluiu e Rodrigo acabando sofrendo um golpe por arma branca (canivete) e foi a óbito. O golpe foi desferindo por Vinicius Alves Alonso Souza, o qual foi preso após o crime. Maguidiel Alves Alonso de Souza, irmão do autor do golpe, estava no local no momento do homicídio e mesmo que não tenha participado do crime, também acabou sendo levado para prisão.
O caso tem mobilizado a comunidade local e levantado questionamentos sobre a criminalização de quem apenas presenciou um ato extremo de desespero familiar. Maguidiel é acusado de um crime que, segundo a defesa, foi cometido exclusivamente por seu irmão, sem seu conhecimento ou participação.
O julgamento desta sexta-feira, leva a júri dois réus que buscam a absolvição, uma vez que, Vinicius afirmou em seu interrogatório que agiu por violenta emoção, devido a discussão e ao fato de Rodrigo viver ameaçando seus familiares e nesse dia ter atacado seus sobrinhos. Já Maguidiel busca sua liberdade, uma vez que, o próprio irmão declarou que Maguidiel não sabia da faca.
A tese de legitima defesa é reforçada pela defesa através de vários elementos, incluindo vídeos anexados aos autos, que evidenciam o comportamento agressivo e violento. Veja abaixo, um vídeo gravado por uma ex-namorada de Rodrigo, que afirmar que ele era extremamente violento, explosivo e difícil de lidar:
Rodrigo, era um conhecido usuário de drogas da região e já respondia por diversos processos como furtos, depredações e condutas agressivas.
Ele causava reiterados tumultos no bairro e era visto por moradores como uma figura instável e perigosa.
Conforme a defesa, o comportamento de Rodrigo tornava-se ainda mais preocupante quando direcionado à família da esposa de Maguidiel. O sogro de Maguidiel, um senhor acamado e cadeirante, foi chamado de “vagabundo” por Rodrigo por não trabalhar. A sogra também foi alvo de sua hostilidade, tendo sido verbalmente atacada em ocasiões anteriores.
Vídeos mostram Rodrigo em momentos de profunda agressividade, gritando e causando pânico. Há ainda gravações da ex-companheira da vítima, nas quais ela relata o perfil explosivo e violento do homem, reforçando o temor generalizado que ele inspirava na vizinhança. Algumas famílias que eram vizinhos de Rodrigo tiveram que se mudar, pois não aguentaram conviver com ele.
O laudo toxicológico de Rodrigo revelou a presença de cocaína e medicamentos em seu organismo no momento da morte — dado que, segundo a defesa, reforça o estado de alteração e descontrole no qual ele se encontrava.
O júri terá, assim, a responsabilidade de avaliar se Maguidiel deve ser condenado por um ato cometido por outra pessoa, e que, de acordo com a defesa de Vinicius, a ação decorre de longa data de tensão, omissão institucional e do colapso emocional de uma família em estado de exaustão.