O deputado estadual Hussein Bakri, Líder do Governo Ratinho Junior na Assembleia Legislativa, esteve ao lado do diretor-presidente do Instituto Água e Terra (IAT), Everton Souza, e do diretor de Saneamento Ambiental e Recursos Hídricos do órgão ambiental, José Luiz Scroccaro, em uma coletiva de imprensa que detalhou os últimos passos do anteprojeto para contenção de cheias no Rio Iguaçu.
A coletiva, que também contou com a participação da coordenadora regional da Casa Civil, Gabi Bakri, e do Diretor de Engenharia e Arquitetura da empresa Universidade Livre do Meio Ambiente Cristhyano Cavali, foi realizada no auditório da 6ª Regional e reuniu os meios de comunicação do Vale do Iguaçu.
Durante a coletiva, foram apresentadas informações sobre o andamento dos estudos que vêm sendo realizados e devem ter um resultado final já no próximo mês. O estudo tem por objetivo a elaboração de pesquisas, levantamentos de dados primários e secundários e o desenvolvimento de metodologia para avaliação e análise da viabilidade técnica, econômica e ambiental de infraestruturas a serem projetadas para contenção de cheias e inundações, sem prejudicar a lâmina d’água no Rio Iguaçu, visando minimizar alagamentos que atingem periodicamente a região.
O objetivo é encontrar soluções apropriadas para a execução desse projeto tão importante. O deputado Hussein Bakri enfatizou esse trabalho que vem ocorrendo há um longo tempo e que está ficando cada vez mais próximo de se tornar realidade.
Estão sendo feitos levantamentos terrestre, aquático e aéreo, verificando desde como o tipo de solo da cidade influencia nas cheias, através de ensaios de caracterização e permeabilidade; passando pela profundidade e vazão do Rio Iguaçu; interferência de obras de arte especiais (OAE), como pontes, no escoamento da água; e cobertura aerofotogramétrica digital.
A área pesquisada compreende 34,10 quilômetros de extensão, entre o bairro São Cristóvão (próximo à estação de monitoramento de União da Vitória) e a estação de monitoramento de Porto União, município catarinense que faz limite com a cidade paranaense.
Ao final da pesquisa, a empresa vai apontar a melhor alternativa de medida de controle de cheias, com base na análise dos resultados das simulações hidrodinâmicas e viabilidade técnica-econômica, reunindo todos os relatórios produzidos que subsidiaram a decisão. Isso poderá se dar de forma única ou por meio de diferentes intervenções, incluindo túneis, canais extravasores, diques, detonações de rochas, desassoreamento e alargamento do rio.
Hussein Bakri também destacou o esforço do Estado para solucionar o problema, enfatizando que os recursos para execução do projeto já estão assegurados.
HISTÓRICO – Desde meados dos anos 1970 fala-se de iniciativas para acabar ou minimizar os efeitos das cheias do Iguaçu em União da Vitória. São quase 20 estudos que já foram apresentados, mas nenhum foi efetivamente colocado em prática.
Nos últimos 50 anos, foram pelo menos quatro grandes enchentes na cidade, a maior delas ocorrida em 1983, quando o Iguaçu alcançou 10,42 metros de altura, enquanto o nível normal do rio é de 2,5 metros. Eventos semelhantes ocorreram em 1992 e 2014.
Em outubro de 2023 ocorreu a segunda pior cheia, quando o nível do rio chegou a 8,38 metros. Cerca de 40% da área do município foi alagada, danificando cerca de 20 mil residências. Porto União, em Santa Catarina, também teve problemas com a cheia, com moradores desabrigados.