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CRESCIMENTO DE GOLPES DIGITAIS: advogado explica como agir e como proteger público idoso

Se por um lado a digitalização dos serviços financeiros cresce cada vez mais, o que facilita a utilização e o acesso a esses serviços, por outro, o Brasil registra um aumento significativo nas tentativas de golpes e fraudes virtuais.

Foto: Advogado Guilherme Chokailo, especialista em Direito Bancário e defesa do consumidor

Todos os anos, milhões de pessoas são vítimas de golpes financeiros e embora esses golpes afetem todas as faixas etárias, os idosos são os mais atingidos. É o que destaca o advogado Guilherme Chokailo, especialista em Direito Bancário e defesa do consumidor.

“Os idosos são alvos preferenciais porque, em muitos casos, confiam mais nas pessoas e têm menor familiaridade com o ambiente digital. Criminosos exploram essa vulnerabilidade e se aproveitam da boa-fé, do medo e da pressa das vítimas. Uma ligação com tom de urgência, uma mensagem dizendo que há ‘problema no banco’ ou que precisa ‘pagar uma taxa para liberar dinheiro no processo’ costuma ser suficiente para convencer”, comenta o advogado.

Além disso, muitos idosos não têm o hábito de verificar a veracidade de informações em canais oficiais, o que facilita a ação dos golpistas.

Dr. Guilherme Chokailo destaca que é importante que os idosos, e seus familiares, conheçam os tipos de golpes mais recorrentes hoje em dia e, destaca três que merecem atenção especial:

1.Golpe do falso funcionário do banco

“O criminoso liga dizendo que houve movimentações suspeitas na conta e solicita dados pessoais ou o envio do cartão por um mensageiro para “cancelar o uso indevido”.

Nenhum banco recolhe cartões, pede senha por telefone ou envia funcionários à casa do cliente.

  1. Golpe do falso advogado

Essa modalidade tem crescido de forma alarmante e é uma das mais perigosas, porque utiliza dados reais de processos judiciais e informações verdadeiras sobre o cliente e seu advogado, com números de telefone diferentes e fotos do advogado ou escritório.

Os golpistas entram em contato dizendo que o cliente “ganhou a causa” e que precisa pagar um valor para liberar o dinheiro do processo, como custas, impostos ou honorários de liberação.

Muitas vezes, enviam documentos com o logotipo do escritório ou da Justiça, fotos e nomes verdadeiros dos advogados para dar aparência de legitimidade.

O advogado Guilherme Chokailo alerta que o indício de fraude está na lógica do pedido: “Valores de processos já depositados em juízo podem ser descontados diretamente do montante que o cliente vai receber. O advogado legítimo avisa sobre esses repasses pelos meios habituais de contato: telefone, WhatsApp ou e-mail já conhecidos do cliente. Na dúvida, a orientação é simples: vá pessoalmente ao escritório e confirme antes de qualquer pagamento.”

  1. Golpe do empréstimo consignado e revisões falsas

Criminosos se passam por atendentes de bancos ou financeiras oferecendo “redução de parcelas” ou “cancelamento de descontos”.

Na prática, firmam novos contratos em nome da vítima, gerando dívidas indevidas e descontos mensais no benefício do INSS.

Nem todos os idosos estão familiarizados com os ambientes digitais, e por isso, é muito importante entender como explicar sobre os riscos dessas situações e a auxiliar este público a reconhecer quando uma situação é golpe.

“A principal ferramenta de prevenção é a informação acompanhada de paciência e diálogo familiar”, comenta o Dr, que emenda, “filhos e netos devem orientar e acompanhar as decisões financeiras dos idosos, explicando com calma que instituições sérias jamais solicitam senhas ou dados confidenciais por telefone ou mensagem, e que qualquer pedido de pagamento inesperado deve ser confirmado diretamente com o advogado pelos contatos habituais e, havendo dúvida, presencialmente.”

Algumas medidas simples fazem diferença:

  • Desconfiar de qualquer ligação com tom de urgência.
  • Nunca informar senhas, códigos ou número do cartão.
  • Confirmar dados diretamente com o banco ou órgão oficial antes de tomar qualquer ação.
  • Utilizar aplicativos bancários apenas em aparelhos pessoais e sempre atualizados.
  • Evitar clicar em links ou abrir arquivos enviados por desconhecidos.
  • Contatar seu advogado pelos meios de contato já conhecidos ou pessoalmente.

Criar uma rotina de checagem e diálogo ajuda a prevenir prejuízos e dá mais segurança ao idoso.

Seja com os idosos ou com pessoas de qualquer idade, segurança é coisa séria. “Caso seja vítima de golpe é importante agir rápido”, enfatiza Dr. Guilherme Chokailo.

1. Contatar o banco e relatar o ocorrido, pedindo o bloqueio de valores e obtenção de protocolo de atendimento.

2.Registrar boletim de ocorrência, preferencialmente pela Delegacia Virtual, relatando todos os detalhes.

3.Guardar comprovantes e conversas, pois serão úteis em eventual ação judicial.

4.Buscar orientação jurídica para avaliar a possibilidade de restituição dos valores e responsabilização da instituição financeira, especialmente quando houver falha de segurança.

Esses passos aumentam as chances de recuperar o dinheiro e identificar os responsáveis”, garante o advogado.

Na era digital, onde quase tudo acontece por um clique ou mensagem, nem todos acompanham o ritmo das tecnologias com a mesma facilidade. A segurança digital precisa ser vista como parte da rotina financeira de todos. “Segurança financeira e segurança online caminham juntas. Assim como guardamos nossos cartões e senhas com cuidado, precisamos adotar os mesmos cuidados com ligações, mensagens e redes sociais. Com atenção, diálogo e informação, é possível reduzir muito o risco de golpes e garantir mais tranquilidade, especialmente aos nossos idosos”, conclui o Dr. Guilherme Chokailo.