/Porto-unionense que mora do Rio de Janeiro conta detalhes do caos que a cidade viveu. “Foi surreal, em todos esses anos aqui, não havia presenciado nada neste sentido”

Porto-unionense que mora do Rio de Janeiro conta detalhes do caos que a cidade viveu. “Foi surreal, em todos esses anos aqui, não havia presenciado nada neste sentido”

O que era para ser um passeio normal com as amigas se tornou em uma experiência única e de muita tensão para Carla Cristiane Vladyka Marangoni. Natural de Porto União, Carla reside no Rio de Janeiro há 16 anos e vivenciou as últimas 24 horas de terror que a cidade maravilhosa enfrentou.

Nesta terça-feira (28), as Polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro deflagraram uma megaoperação contra a facção Comando Vermelho nos complexos do Alemão e da Penha. Até a manhã dessa quarta-feira (29) são cerca de 128 mortes e mais de 80 presos.

Foto: Raull Santiago/Arquivo pessoal

O Rio de Janeiro viveu um caos durante a terça-feira e Carla Vladyka Marangoni de Porto União viveu na pele toda essa tensão. Moradora da Ilha de Guaratiba, ela estava no centro da cidade com amigas e teve um grande desafio para retornar em segurança para casa.

Praticante de Ballet Clássico, Carla e as amigas se reuniram, justamente, nesta terça-feira para um passeio. “Havíamos combinado de fazer uma visitação no centro onde estava ocorrendo uma exposição de um pintor. Pegamos o metro e fomos até lá”, conta a união vitoriense para a reportagem do CANAL 4. “Por volta do meio dia, começamos a receber muitas mensagens da família relatando o que estava acontecendo com o Rio de Janeiro”, complementou.

Foto arquivo pessoal de Carla Vladyka Marangoni

Ela conta que estavam próximas de uma das confeitarias mais antigas da cidade e como o local estava tranquilo e com muitos turistas, optaram por almoçar antes de retornar para casa. Durante o almoço, perceberam a atendente muito ansiosa, a qual relatou preocupação com a filha. Também perceberam o aumento do fluxo de pessoas no local.

Após ao almoço, no trajeto para voltar para casa, o caos ficou evidente. “O que viram na televisão foi muito real e pela primeira vez na minha vida eu passei por essa situação”, conta ela. “O aplicativo para usar o metrô deu pane e por isso as pessoas pularam a catraca, conforme foi visto em muitos vídeos”, explicou ela, que continuou, “tinham senhoras passando mal, muitas pessoas em pouco espaço”, relatou.

Em certo momento, Carla, as amigas e demais pessoas que estavam no metrô foram orientadas a descer em uma estação. Lá uma das amigas teve uma crise de pânico e precisou do auxilio delas para superar. O desafio foi enorme para voltar para casa e uma experiência que ficará marcada na sua visa. “Foi surreal, em todos esses anos aqui, não havia presenciado nada neste sentido”, conta.

Somente após chegar em casa, Carla teve a real noção do que estava acontecendo no Rio de Janeiro. Durante o retorno para casa, ela estava com uma mochila antirroubo nas costas e com seu celular guardado.

Carla contou para a reportagem do Canal 4 TV que este dia ficará marcado em sua vida. Para ela, o que mais lhe marcou foi a forma como as pessoas enfrentaram este momento. “As pessoas que estavam lá, sempre muito solicitas, uma ajudando a outra, preocupadas para que todos retornassem bem para suas casas”, destacou.

Foto: Jose Lucena/TheNewsS2/Estadão Conteúdo

Desde 2009 morando no Rio de Janeiro, ela conta que o bairro onde mora é muito tranquilo. Mesmo saindo pouco de seu bairro, ela relata que a família sempre adota algumas medidas de segurança, as quais são necessárias para qualquer cidade grande.

Um dia após todo caos vivenciado, Carla conta que a cidade maravilhosa busca se recuperar. “Rio de Janeiro hoje amanheceu de ressaca. Poucos carros na rua e a normalidade tentando voltar”.