No mês de novembro (Novembro Azul), as atenções se voltam para o câncer de próstata, mas há outro cuidado que também precisa entrar nessa conversa: A saúde mental masculina. Falar sobre o corpo sem falar sobre a mente é deixar de lado uma parte essencial da vida. E embora o tema ainda carregue tabus, cuidar do emocional é um gesto de força, não de fraqueza. Quem fala sobre o tema e a importância dos cuidados com o homem é a psicóloga Maria Luisa Cardoso.

Desde cedo, muitos homens aprendem que “precisam ser fortes” e essa cultura do silêncio emocional tem consequências diretas na saúde. Pesquisas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontam que os homens procuram até 30% menos os serviços de saúde mental que as mulheres, e, na maioria das vezes, só buscam ajuda quando o sofrimento já afeta o trabalho, o sono ou os relacionamentos.
Segundo o IBGE (Pesquisa Nacional de Saúde, 2019), apenas 5,1% dos homens relataram diagnóstico médico de depressão, enquanto as mulheres o número é de 14,7%. O dado, porém, não significa que eles sofram menos, e sim que falam menos sobre o que sentem e procuram menos acompanhamento psicológico.
Quando cuidamos da mente o nosso corpo se beneficia. O estresse, ansiedade e a sobrecarga emocional podem se manifestar fisicamente, como dores de cabeça, insônia, fadiga, irritabilidade e até problemas digestivos ou cardíacos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) 1 em cada 10 homens adultos no mundo apresenta algum tipo de transtorno de ansiedade. Esses quadros, quando ignorados, podem evoluir para desequilíbrios hormonais, abuso de substâncias e comportamentos de risco. É comum o homem recorrer ao álcool como forma de aliviar tensões, estudos comprovados mostram que o consumo abusivo de bebida alcoólica é duas vezes maior entre homens do que entre mulheres. Isso evidencia uma forma de “fugir” das emoções, quando o caminho mais saudável seria acolhê-las e tratá-las.

Outro fator é o peso no desempenho e a exaustão emocional, como a pressão no trabalho, responsabilidades financeiras, cobranças familiares e sociais. Muitos homens vivem em ritmo acelerado, com pouca ou nenhuma pausa para si mesmos. Essa rotina, somada a ideia de que “não há tempo para parar”, gera exaustão emocional, um estado em que o corpo segue funcionando, mas a mente está esgotada. A psicologia chama isso de fadiga emocional: quando a pessoa perde o prazer nas atividades diárias, sente irritação constante e dificuldade em se concentrar. Pequenos sinais, que muitas vezes passam despercebidos, mas indicam que algo precisa ser olhado com mais atenção.

“A psicoterapia tem papel fundamental nesse processo, lembrando que não é um espaço de desabafo, e sim um tratamento que ajuda o indivíduo a entender o que sente, a reconhecer padrões emocionais e a desenvolver estratégias de enfrentamento. Homens que buscam psicoterapia relatam melhora na qualidade do sono, da comunicação e do convívio familiar, além de maior autoconfiança para lidar com desafios cotidianos“, destaca a psicóloga.

Em conjunto com isso, o mês de novembro (novembro azul), vem se transformando em um movimento mais amplo de cuidado integral com a saúde dos homens. O diagnóstico precoce é importante, mas a prevenção emocional também é. Ter coragem para se cuidar, conversar e pedir ajuda é um ato de amor próprio que reflete em todos os aspectos da vida. “O verdadeiro símbolo do Novembro Azul não é apenas o laço, é o gesto de quem se permite cuidar. Porque o homem que se cuida vive melhor, sente mais, e compartilha o melhor de si.”

“Em minha trajetória profissional como psicóloga clínica e hospitalar, especialista em novas abordagens em saúde mental, com experiência significativa no atendimento ao público masculino em processos de reabilitação para dependência química e etilismo, tanto em atendimentos individuais quanto em grupos terapêuticos voltados à prevenção de recaídas e redução de danos, pude constatar na prática o poder transformador da psicologia. Quando o homem se permite viver o processo terapêutico, mudanças profundas acontecem: ele passa a ressignificar suas dores, amplia o olhar sobre si mesmo e reconhece que cuidar da mente não é sinal de fraqueza, mas de coragem e humanidade. Essa vivência reafirma minha convicção de que a escuta qualificada e o acolhimento são caminhos potentes de reconstrução e fortalecimento emocional”, disse a psicóloga.
Do ponto de vista teórico, esse movimento dialoga com os estudos de Sigmund Freud, médico neurologista austríaco e fundador da psicanálise, abordagem na qual baseio meu trabalho clínico. Freud propôs que tornar consciente o que estava inconsciente é condição essencial para que o sujeito se liberte de padrões repetitivos e sintomas. Além disso, pesquisas recentes indicam que intervenções específicas para homens, que promovam escuta ativa, autocuidado e engajamento terapêutico, aumentam a adesão aos cuidados de saúde mental e favorecem melhor a regulação emocional. Ou seja, a terapia não é apenas “falar sobre problemas”, mas agir preventivamente.
ONDE BUSCAR AJUDA?
Buscar ajuda é um ato de coragem e o primeiro passo para transformar o que antes era sofrimento silencioso em um processo de autoconhecimento e cuidado. “Sou Psicóloga Clínica e Hospitalar, com especialização em novas abordagens em saúde mental, atuando principalmente nos temas de relacionamentos, autoconhecimento e ansiedade. Tenho ampla experiência no atendimento ao público masculino, tanto em psicoterapia individual quanto em grupos terapêuticos voltados à reabilitação e prevenção de recaídas” destaca a psicóloga.

“Na clínica, trabalho a partir de uma orientação psicanalítica, abordagem que busca compreender o sujeito em sua totalidade, seus desejos, angústias e repetições inconscientes, permitindo que ele reconheça e ressignifique seus conflitos internos, promovendo mudanças duradouras no modo de viver e se relacionar”, complementa.
“Além da prática clínica, atuo também como Psicóloga Hospitalar no Hospital APMI de União da Vitória, prestando acolhimento e atendimento psicológico a pacientes e acompanhantes em diversos setores do hospital, contribuindo para o cuidado integral à saúde e para o fortalecimento emocional em momentos de vulnerabilidade” destaca.
“Para quem deseja iniciar um acompanhamento psicológico, atendo presencialmente em meu consultório, localizado na Rua Teixeira Soares, nº 260, sala 03, em União da Vitória, e também de forma online para todo o Brasil, oferecendo escuta qualificada, sigilo e compromisso com a ética profissional. O atendimento psicológico é um espaço seguro para acolher, compreender e ressignificar experiências”, disse a psicóloga.

Em momentos de crise ou quando sentir necessidade de conversar, também é possível entrar em contato com o Centro de Valorização da Vida (CVV), pelo telefone 188, que oferece escuta gratuita, sigilosa e 24 horas por dia, além dos serviços públicos de saúde, disponíveis gratuitamente à população, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e as Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município.
“Cuidar da mente é cuidar da vida e todo cuidado começa quando alguém se permite ser acolhido.”
SOBRE A PSICÓLOGA
Maria Luisa Cardoso é psicóloga clínica e hospitalar, sua trajetória na psicologia é marcada pelo propósito de cuidar com afeto, escuta e autenticidade, compreendendo que cada pessoa carrega em si uma história única, que merece ser acolhida com respeito e sensibilidade.
Atua em União da Vitória e também de forma online para todo o Brasil, com uma escuta voltada à humanização do cuidado emocional, ajudando pessoas a ressignificarem dores, compreenderem seus processos e reconstruírem vínculos consigo mesmas e com o mundo.
No consultório, realiza atendimentos voltados ao público adulto, a partir dos 18 anos, acolhendo diferentes demandas relacionadas à ansiedade, depressão, relacionamentos, autoestima, luto, dependência emocional, saúde mental no trabalho e outros desafios do cotidiano.
Sua prática clínica se estende por diferentes contextos da saúde mental, incluindo a atuação em clínica psiquiátrica, onde conduziu grupos terapêuticos voltados à prevenção de recaídas e reabilitação de dependentes químicos e etilistas, e atualmente no Hospital APMI, acompanha pacientes e famílias em momentos de vulnerabilidade, adaptação e transformação emocional.
“A psicologia me encanta porque ela revela o poder do encontro, o encontro com o outro e, sobretudo, o reencontro com o próprio eu. É nessa travessia que acredito acontecer o verdadeiro processo terapêutico: quando o sujeito se reconhece, se cuida e se permite viver com mais consciência e liberdade” comenta.
“Meu trabalho é guiado pela ética, empatia e profundidade psicanalítica, mas também pela leveza e espontaneidade que fazem parte da minha essência. Sou uma profissional que acredita na força da palavra, na delicadeza do vínculo e na capacidade que cada um tem de se reinventar” disse.
“Mais do que acompanhar histórias, gosto de fazer parte das reconstruções, ajudando cada paciente a se fortalecer emocionalmente, encontrando equilíbrio, propósito e sentido em sua caminhada. Se você busca um espaço de acolhimento verdadeiro e escuta transformadora, será um prazer te acompanhar nessa jornada” finaliza.
Contato: (42) 99805 3656
Instagram: @psicomarialuisacardos















