/Em evento do Setembro Amarelo, juiz destaca ‘o autocuidado e acolhimento’

Em evento do Setembro Amarelo, juiz destaca ‘o autocuidado e acolhimento’

Convidado para falar no 3º dia do ciclo de palestras ‘Setembro Amarelo Unidos pela Vida’, organizado pelo SENAC de União da Vitória, o juiz Carlos Mattioli citou a estrutura de atendimento para prevenção, cuidado e proteção da Saúde Mental. O magistrado que coordena o Centro de Soluções de Conflitos e Cidadania (CEJUSC) e responde pela Vara da Família mencionou a importância de eventos virtuais e os ‘ajustes’ ao longo da pandemia.

O tema: Saúde Mental na pandemia foi abordado, em transmissão feita por meio do Facebook do CEJUSC – na parceria com o SENAC – pelo juiz que traçou uma linha do tempo de março à setembro. De início, por exemplo, não havia perspectiva sobre vacina. “Estamos muito diferentes agora do que era lá no começo”, observou Carlos Mattioli. Criado junto de sua equipe, a Rede de Ajuda Coronavírus/CEJUSC (RAC) está sendo um diferencial.

A RAC prestou mais de 350 atendimentos nestes seis meses, de apoio social e psicológico, sem limites etários ou geográficos. “Todos que procuram são atendidos de forma sigilosa e gratuita”, frisa. Na estrutura, ao ser acionado, o serviço acolhe, entende a situação e busca a solução que pode ser imediata ou encaminhada para outro setor. Tudo depende do que a pessoa que aciona precisa com exatidão.

Às vezes é apenas para fazer um ‘desabafo’, outras é caso de abuso que é direcionado para entes responsáveis da Justiça. De acordo com o magistrado, na palestra proferida no Setembro Amarelo do SESC, o intuito é dar acolhimento e buscar uma solução. Ao falar de Saúde Mental, o magistrado ressaltou que o isolamento social da Covid-19 provocou o esgotamento e traz a sensação de “estarmos cansados”, disse.

Isso tanto para professores, acumulados de tarefas em regime virtual e numa nova forma de pensar a educação, pais e alunos que aguardam com ansiedade o retorno das aulas, e sociedade em geral. As limitações permanecem em maior ou menor escala, e disso a importância de manter o equilíbrio e saúde mental. Todas estas questões, assim como as transmissões e palestras em campo virtual foram evoluindo.

Se lá em março não se cogitava uma vacina, que vai por mais segurança no retorno ao novo normal, atualmente os estudos avançaram e a expectativa é de em poucos meses estará disponível. Enquanto isso, aumentou o tempo de permanência em casa, o que pode ocasionar conflitos de convivência. Neste contexto, Carlos Mattioli expôs dicas para superar as dificuldades com pensamento positivo, compaixão e treinamento cerebral.

Manter a mentalidade sadia, gerenciando estresse com resiliência (olhar realista sobre escolhas e possibilidades). Isso é parte do autocuidado, com observação sobre possibilidades e caminhos. Treinando o cérebro, da mesma forma que se faz atividade física. Detectar o foco de um pensamento negativo, pode ser o passo inicial para buscar uma solução. Sem medo de chorar, desabafar, gritar ou procurar um amigo para conversar.

Quebrando paradigmas de que uma mulher não pode gritar ou o homem não pode gerar. A exposição do trabalho do CEJUSC e da Vara da Família, segundo o juiz, acabam por facilitar o contato se buscar ajuda. Após palestras virtuais, geralmente, pessoas que passam por situações de violência buscam auxílio. Disso a importância da RAC que dispõe desta perspectiva de ouvir e trabalhar para a solução da questão.

As palestras iniciaram na segunda-feira (21/09) com Jonas Paulo do União Pró-Vida. No dia seguinte foi a vez da psicóloga Suelen Franco que abordou a saúde emocional. Na quarta-feira (23/09) Carlos Mattioli falou sobre saúde mental na pandemia. O encerramento do ciclo ficou por conta do psicólogo Emerson Miguel Padilha Vaz, na quinta-feira. Organizado pelo SENAC, com apoio da Uniguaçu, CEJUSC e União Pró-Vida.