/Professor que falou sobre estupro na Uniguaçu se manifesta através de nota. Ele foi demitido de duas instituições que trabalhava

Professor que falou sobre estupro na Uniguaçu se manifesta através de nota. Ele foi demitido de duas instituições que trabalhava

O professor Ricardo Germano Efing que aparece falando sobre estupro no vídeo gravado em uma das aulas remotas da Uniguaçu Centro Universitário de União da Vitória e que gerou enorme revolta devido ao teor da frase utilizada, se manifestou neste sábado, dia 20, através de uma nota.

Conforme a nota divulgada através do G1.com, o professor alega que a frase contém “um fragmento descontextualizado da aula“, afirmando que a utilizou a frase para exemplificar uma situação. O professor, porém, reconhece que a expressão “se mostra integralmente inapropriada e que não poderia ser aceita com naturalidade ou indiferença“.

Todo essa polêmica teve início na aula remota do 5º período do curso de engenharia da produção do dia 12 de março, aonde Ricardo Germano Efing ao falar na disciplina de ergonomia, dando exemplo sobre casos em que empresas precisam demitir pessoas que não conseguem se adaptar a novos processos e novas tecnologias. disse a seguinte frase: “É algo meu amigo, que você tem que se adaptar. Desculpe, meninas, sei que é chulo o que eu vou dizer, mas é aquele ditado: se o estupro é inevitável e iminente, relaxe e aproveite“.

VEJA O VÍDEO:

O professor foi demitido da Uniguaçu ainda na noite de sexta-feira, dia 19. Outra instituição onde o professor dava aula, o Centro Universitário Campo Real, de Guarapuava, na região central do estado, também informou, na manhã deste sábado (20), que Efing foi desligado.

Confira a nota do professor na íntegra

Tendo em vista os acontecimentos advindos da divulgação de vídeo contendo pequeno fragmento descontextualizado da aula transmitida via Internet em razão das medidas impostas pela pandemia do COVID-19, gostaria de esclarecer, com integral respeito, o que segue.

Ao exemplificar uma situação, foi utilizada expressão popular que, após a devida reflexão, se mostra integralmente inapropriada e que não poderia ser aceita com naturalidade ou indiferença. Não se pode deixar de reconhecer o machismo estrutural presente em nossa sociedade que, infelizmente, reproduz comportamentos os quais devem ser devidamente enfrentados de modo construtivo, para que todos possam aprender e progredir para uma sociedade mais respeitosa e igualitária. Reconhece-se este erro e será buscado o necessário aprendizado com essa situação.

Feita esta reflexão, entende-se que a trajetória acadêmica e a carreira no magistério não podem ser avaliadas por uma expressão isolada. Expresso desde logo meu pleno respeito à todas as mulheres, jamais pretendendo ofendê-las ou agredi-las. Externo minhas mais sinceras desculpas e fico à disposição para prestar os esclarecimentos devidos no sentido de ser desfeito este lamentável fato“.