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APMI realiza primeira captação de órgãos

O dia 27 de abril de 2022 entra para a história do hospital APMI, de União da Vitória. A data marca a realização da primeira captação de órgãos na casa de saúde. O procedimento só pode ser feito por conta dos esforços feitos pela Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos (CIHDOTT), em parceria com a Central de Transplante do Estado do Paraná.

O doador, cuja identidade foi preservada, era jovem e teve morte cerebral. A família, segundo a direção da APMI, autorizou imediatamente a doação dos órgãos. “Quando se tem um paciente com suspeita de morte cerebral, se abre um protocolo que é bem rigoroso. Esse paciente é examinado por dois médicos diferente e realizar um exame complementar que determina que não há mais fluxo cerebral. Após confirmada a morte cerebral, a família é comunicada e se é da vontade dela, é realizada a doção de órgãos. Nos cabe então agradecer a família que mesmo num momento de dor intensa, se sensibilizou e permitiu que outras vidas fossem salvas”, disse o médio Iuri Pereira dos Santos, Neurologista e Diretor Clínico da APMI. Foram captados o fígado, os rins e o baço.

Conforme a enfermeira responsável pela APMI, Aliny Teófilo Klabunde, após o “aceite” da família, uma grande força-tarefa acontece para que o procedimento de captação de órgãos acontece dentro dos prazos e protocolos de segurança.

Também, existe a parte burocrática e a realização de novos exames, para a confirmação de que todo o procedimento ocorra com responsabilidade. “Fazemos uma abordagem [além da entrevista sobre os hábitos e costumes do doador] com a família sobre a captação dos órgãos com uma equipe multidisciplinar. Depois, fazemos uma seria de exames que são enviados para nossa central, que é Curitiba. Os documentos são preenchidos e enviados também à capital”, comenta, resumindo um pouco da rotina pós confirmação da morte cerebral.

Os rins foram levados para Curitiba; baço e fígado para Maringá/PR. “Para nós é um sentimento de grande orgulho poder realizar a primeira captação de órgãos. Sabemos que isso ocorre em um momento de muito dor de uma família, mas também é quando outra pessoa vai ganhar a possibilidade de ganhar vida nova. Nosso time de profissionais da APMI está de parabéns e mais ainda, essa família sensível que no meio do seu luto, foi luz. Obrigada!”, disse Antônia Bilinski, Diretora Administrativa da APMI.

COMO SER UM DOADOR
A morte de um ente querido é sempre uma situação difícil para toda a família, mas é justamente nesse momento de perda que o sofrimento pode ser transformado em um ato de esperança. No Brasil, a remoção de órgãos só pode ser realizada após a autorização familiar. Não há nenhuma lei que garanta que a vontade do doador seja atendida, isto é, se uma pessoa manifesta seu desejo de doar e, após sua morte, a família nega, seus órgãos não serão doados. Segundo o Ministério da Saúde, quase 54 mil pessoas aguardam na fila de espera de um órgão ou tecido.