/Dados do IBGE apontam que o Brasil tem mais de 14 milhões de pessoas com deficiência. “No Censo de 2010, União da Vitória registrou mais de 10 mil pessoas com deficiência”

Dados do IBGE apontam que o Brasil tem mais de 14 milhões de pessoas com deficiência. “No Censo de 2010, União da Vitória registrou mais de 10 mil pessoas com deficiência”

O Brasil tem hoje 14,4 milhões de pessoas com deficiência, segundo dados preliminares do Censo 2022 divulgados pelo IBGE. O número representa 6,7% da população e acende um alerta sobre a necessidade de fortalecer as políticas públicas, a inclusão social e a garantia de direitos fundamentais para essa parcela da sociedade.

Em União da Vitória, conforme dados do Censo de 2010, são 10.613 pessoas com deficiência, que equivale a 23,77% das pessoas sensoreadas, sendo 11,24% masculino e 12,53% feminino.

Dado a esse número elevado notamos que precisa reforçar com urgência as políticas públicas de inclusão social e direitos humanos”, acredita Ednilson Godoy, ex-vereador e ex-secretário de Acessibilidade, que é também um dos idealizadores do Programa Paralímpico na região e responsável pelo desenvolvimento do mesmo já à 13 anos.

Para Ednilson Godoy o município, tem capacidade de desenvolver Politicas Públicas assertivas voltadas a minimizar as dificuldades e atender o que é de direito das pessoas com Deficiência. União da Vitória já está no caminho com ações que já são positivas a curto prazo pois firma convênios e dispõem de parcerias com terceiro setor com repasse de fomentos as instituições que trabalham com este publico alvo, instituições de ensino, dentre demais seguimentos. Através da secretaria de acessibilidade e assistência social buscam ações que a médio e longo prazo também reflitam positivamente para o fortalecimento da inclusão social e a certeza de assegurar os direitos garantidos das pessoas com deficiência.

O censo mostra mais de 10.613 pessoas com algum tipo de deficiência no município de União da Vitória, porém, vale salientar que este número é questionável pois a Deficiência Visual está com um número muito elevado, na entrevista coloca-se pessoas com alguma dificuldade de visão que faz uso de óculos e lentes de grau como pessoa com Deficiência o que faz com que chegue a 6.879 pessoas com alguma dificuldade visual. Aí temos pessoas com Baixa Visão 1.641 e cegos total 67 pessoas.

Destacamos a deficiência visual com um percentual mais elevado que demais deficiências, das 23,77% das pessoas com algum tipo de deficiência o censo nos mostra 6.879 pessoas com alguma dificuldade visual em nosso município, o que representa aproximadamente 15,41% assim as demais deficiências estariam nos 8,36%“, destacou Ednilson Godoy.

Em seguida à deficiência motora vem com os dados de 3.589 pessoas, onde estão divididas com dificuldade total 259 – com Grande Dificuldade de Locomoção 1.049 e algum tipo de dificuldade 2.281 pessoas” contou Godoy.

Baseado no Censo do IBGE, que nos apresenta números a partir dos 10 anos de idade, é possível perceber que o número maior de pessoas com deficiência no masculino está entre 50 á 54 anos, sendo 580 homens e no feminino o maior número de pessoas com deficiência está na idade entre 45 á 49 anos, onde são 696 mulheres.

O ensino é ofertado à todos, porém, minha visão enquanto pai de dois filhos com deficiência é que existem as dificuldades que não são exclusividades de União da Vitória, é em nível de Brasil, podemos dizer em nível de mundo“, comentou Ednilson Godoy, que complementou, “é preciso investir em capacitação dos profissionais de educação, é preciso trabalhar paralelamente com a Educação Especial, respeitando a singularidade, existe muita capacidade e potencialidade e para que possam ser trabalhadas é preciso ser oferecidas oportunidades“, avaliou, que também falou sobre a dificuldade no mercado de trabalho. “Hoje o mercado de trabalho é uma dificuldade, embora já existam empresas que contratam pessoas com deficiência, o que é notável é a contratação para cumprir percentual de cota“, disse.

União da Vitória, apesar de apresentar avanços importantes ao instituir uma Secretaria de Acessibilidade, conta com um órgão ainda é novo, com dois anos e meio de sua criação, porém uma iniciativa pioneira entre os municípios do Estado do Paraná, enfrenta desafios no que se refere à efetiva inclusão das pessoas com deficiência e criação da identidade fortalecida através de suas ações, sobretudo no que tange à infraestrutura urbana, serviços públicos e participação social plena.

Esses desafios representam barreiras cotidianas que restringem o exercício da cidadania, a autonomia e a dignidade humana. Contudo, a acessibilidade não pode se limitar à mobilidade urbana.

É essencial entender e compreender que a inclusão plena exige ações intersetoriais, envolvendo áreas como:
Saúde, com serviços especializados e contínuos para pessoas com deficiência (física, intelectual, sensorial e do espectro autista);
• Educação, com escolas preparadas, profissionais capacitados e materiais adaptados;
• Lazer e cultura, com espaços acessíveis e programações inclusivas;
• Emprego e renda, com incentivo à capacitação e inserção profissional;
• Tecnologia assistiva, para ampliar a autonomia e a comunicação.

A existência da Secretaria de Acessibilidade é uma base valiosa, que irá se fortalecer, garantindo:
Orçamento próprio;
• Participação ativa da sociedade civil (por meio de conselhos e fóruns);
• Planejamento estratégico com metas e prazos;
• Fiscalização e monitoramento de políticas públicas.

Enquanto estive vereador e Secretário de Acessibilidade tive em mente, trabalhar para transformar União da Vitória em uma cidade verdadeiramente acessível, inclusiva e humana, também aprendi que para isso acontecer, exige mais que boas intenções, demanda ação concreta, vontade política e escuta ativa das pessoas com deficiência. Ao fortalecer os mecanismos públicos existentes e integrar suas ações às demais políticas públicas, o município pode se tornar referência estadual e nacional no cumprimento dos direitos fundamentais das pessoas com deficiência, conforme previsto na Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015)“, comentou Godoy.

Agora como pai de filhos com deficiência e cidadão, eu continuo acreditando que é possível, por isso sigo trabalhando olhando pra frente. Pessoas com DEFICIÊNCIA NÃO NECESSITAM DE PIEDADE, A ELAS É PRECISO OFERECER OPORTUNIDADES“, afirmou.

A cidade que acolhe e respeita todas as suas cidadãs e cidadãos independente de ser pessoa com deficiência ou não é uma cidade mais justa, forte e unida“, finalizou.

Este artigo é uma visão baseada no CENSO DO IBGE, pauta PESSOAS COM DEFICIÊNCIA, não é direcionado a críticas e apontamento de falta de politicas públicas, e sim o desejo de contribuir com a causa.